quarta-feira, 17 de junho de 2009

Yule


A maioria das práticas que agora associamos ao Natal tem suas raízes neste festival, que tem início ao anoitecer da véspera do solstício de inverno.
O solstício de inverno marca o tempo em que os poderes da escuridão e as energias do elemento Terra atingem seu pico.
Mitologicamente, a Deusa dá à luz o Deus Sol na noite mais longa do ano (por volta de 21 de junho no hemisfério sul e 21 de dezembro no hemisfério norte), que ao contrário do que se pensa não é o início do inverno e sim, seu ápice. Á partir dessa noite,os dias começam a se tornar mais longos.
As imagens ligadas a esta época do ano são cheias de significado e de mensagens de esperança para a primavera vindoura. Luzes eram penduradas para dar poder ao Sol quando ele começava uma nova estação do crescimento. As frutinhas vermelhas do azevinho representavam o sangue menstrual da Mãe-Terra, a as brancas do visco representavam o sêmen divino do criador. A hera também simbolizava a fertilidade. Na antiga e eterna luta entre o rei carvalho e o rei azevinho, Yule marca a morte do rei azevinho e o nascimento do rei carvalho, que “morrerá” no solstício de verão.
O Yule era comemorado com uma grande festa em que as conservas, carnes e vinhos eram servidos em um banquete em pleno inverno, um período quando o alimento era escasso. A alimentação farta dava às pessoas poder e energia para evitar doenças, comuns nos dias frios.
Nesta época acontecia uma troca de presentes em uma forma de cimentar a ligação com outras pessoas. Os antigos pagãos entendiam que nada possuímos e que tudo que temos é emprestado da criação, tendo, um dia, que voltar para o lugar de onde veio. Tudo que entra em nossa vida é uma dádiva, e quando chega a hora de alguma coisa nos deixar, devemos abrir mão dela, agradecendo-lhe por seus ensinamentos.
Os presentes dados nessa época também eram vistos como simbólicos dos dons de sabedoria que são colhidos nas semanas que seguem o Yule. Isso porque o solstício de inverno simboliza não somente a morte, mas também o renascimento. Eles entendiam que a morte para uma realidade significava nascimento para uma outra. Esta era uma época de esperança e eles aguardavam as lições que se manifestariam durante as longas noites de inverno. Essas longas noites eram usadas para juntar sabedoria, olhando para cada um para dentro de si mesmo e para os meses passados, para considerar se toda a sabedoria e experiência haviam sido integradas e compreendidas.

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